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SEM RÓTULO

"Já me perdi tentando me encontrar, já fui embora querendo nem voltar. Penso duas vezes antes de falar, porque a vida é louca, a vida é louca..."

                                                                                                                                  By Iza.

Demorei um certo tempo para entender o real significado de estar aqui. Qual é o sentido, o propósito de estar aqui? Por longos 23 anos eu me anulei. Virei as costas para luz e só vi trevas. Em resumo eu não era muito auspicioso. Na verdade eu era um nada. Introvertido, rancoroso, ciumento, fumante, descrente e última bolacha do pacote.

Vários exemplos reais me definiam naquele tempo. Vou tentar ser o mais claro e breve possível, pois lembrá-los me deixa num estado pobre de recursos. Não por medo de um retorno, mas por não me fazerem bem. Reforço antes que não vivo o passado, só o utilizo como referência para quando estou me desviando da luz.

Cronologia aleatória, tipo os "Roles do R10"

O Descrente 

Lembro me bem de um ocorrido, não posso dizer se me lembro bem do ano, acho que foi em 2007. Fui confrontado por uma Ex-namorada. À época eu havia sido promovido no trabalho, de analista à encarregado. Ela me disse: Agradeça a Deus. E logo respondi rispidamente: Que Deus? Eu conquistei isso por méritos meus, Deus não teve nada a ver com isso. Como fui imbecil, me arrependo amargamente desse "Eu" daquela época. Já chorei muito por isso, por essa frase. Acho que nunca vou esquecê-la. Mas a utilizarei como âncora, para que nunca me deixe pegar atalhos.

O Introvertido 

Uma vez a mãe de um amiguinho de infância fez uma festinha de aniversário para ele e convidou toda a criançada. Isso deve ter sido em 1992 se não me engano. Eu então com 10 anos lá estava. Com 10 anos, 10 quilos à mais, com meu apelido de gordinho e com 10 toneladas de vergonha. Tinha de tudo lá, as festas daquela época eram bem melhores que as de hoje. Tinha pão com carne moída, beijinho, brigadeiro, barquinhas com maionese etc. O legal é que a festa era para a criançada, literalmente. Não foi uma festa como as de hoje em que a criança faz aniversário mas quem comemora são os adultos com seus "Kits-churras".

Eu não tinha motivos para me retrair num canto. Poxa eu era uma criança. Talvez hoje eu diria isso para mim: Ei, vá se divertir, você tem 10 anos e estão todos brincando. Vai lá também. Porém naquela época eu tinha aqueles monstros em minha mente pedindo para eu ficar num canto, pois eu era, o gordão, o fofão, o feio, o último a ser escolhido nas brincadeiras. Naquela época não era conhecido como bullying mas eu sofria e muito com isso. Alguém em determinado momento da festa passou com os pãezinhos com carne moída e pensei que aquele era o momento ideal, mas quando estiquei a mão, a pessoa puxou o prato e disse: Você não, gordinho você já deve estar cheio. FDP eu não tinha comido nada ainda por vergonha. E o pior de tudo, aquela pessoa era um "adulto", ou seja, já sofria indiferença e segregação pelas crianças, e quem deveria zelar por mim também entrou na onda. Resumindo, não comi nada, e na hora do bolo fui embora com uma vontade enorme de chorar. E chegando em casa assim o fiz deitado no sofá vendo TV e escondendo de minha mãe e irmão o real motivo.

O Mentiroso

Lembram daquele filme "O Mentiroso" protagonizado por Jim Carrey? Assisti novamente dias atrás. E nossas histórias, minha e do personagem do filme, se comungavam. Eu mentia com tanta veemência que aquilo se parecia e muito com a verdade. Hoje percebo que não eram mentiras maldosas, se é que existe mentira bondosa. Eram mentiras criadas para que eu pudesse me incluir em algum grupo ou atividade. Como por exemplo em 1993 eu acho, quando eu menti dizendo que havia sido escolhido pelo time de futebol da cidade, para fazer testes. Eu fui tão convicto naquela mentira que meu pai se encheu de lágrimas e me abraçou. O abraço foi verdadeiro de mais, e só de lembrar o sinto até hoje. E eu fiquei feliz e agradecido por aquele abraço, e me comportei como um craque de futebol, pois nosso cérebro acredita no que informamos à ele. Detalhe, não havia teste, foi um amigo meu à época, chamado Pablo, que foi chamado para o teste, eu só fui junto para poder aproveitar a piscina do clube. Depois desta vieram outras, como: Beijar a 10/10 na escola, mesmo fedendo dizer que não estava fumando, sair escondido para andar de bicicleta. Teve uma vez que entrei no mercadinho junto com outro amigo, o Gilson. Enquanto um ficou de vigia, o outro roubou um pacote de bolachas, ou seria biscoitos? Bom, era reachado. Enfim, ao tentarmos sair do local o dono veio junto com um funcionário, nos agarrou e levou para os fundos do estabelecimento. Lá ele nós fez passar por uma humilhação indescritível, nos fez tirar a roupa para ver se não havia mais nada escondido. O tempo todo ficamos sob aquela pressão psicológica. O golpe de mestre dele foi, segurar um por um tempo, enquanto o outro fosse buscar os Pais para resgatar o que ficou sob custódia. Nem precisou pois quando estava chegando à casa do Gilson, ele aparece chorando e dizendo que o Capataz o havia libertado sob o juramento de nunca mais roubar nada de ninguém. Poxa, tínhamos umas 10 ou 11 anos. O lado bom da história, que tirei e adotei para mim desde aquela época foi: Nunca mais tiro nada de ninguém, pois se aquele homem não tivesse nos repreendido talvez hoje eu não estaria aqui escrevendo artigos motivadores.

O Rancoroso 

Estou trabalhando muito bem isso nos dias de hoje, mas já fiquei anos sem falar com pessoas que realmente importavam para mim, por puro rancor. Por mágoa, desapontamento, etc. Nunca tive ódio de ninguém, até porque ódio é uma palavra com significado muito forte. Mas guardava rancor com frequência, desde criança e na vida adulta também. Ser reprimido na escola, na faculdade, no trabalho, no relacionamento e tantas outras situações, me deixa em estado de defesa e demorava um tempo para eu assimilar aquilo e voltar à interagir com quem quer que fosse. Hoje agradeço por ter tido a clareza mental que busquei e que buscarei para o resto da minha vida. E sugiro que vocês leiam o livro, "One minute manager" By Kenneth Blanchard. Este livro nos dá uma noção sobre reprimendas e o tempo necessário para elas.

Adendo: Hoje não falo com algumas pessoas que foram importantes em determinado período da minha vida e quem me conhece a tempos diz que é rancor. Porém na verdade não é bem por ai. Deixei de falar por definição de prioridade. Me afastei de alguns por questão de valores e princípios incompatíveis. Coisas que são importantes para eles, não eram importantes para mim. Isso não é rancor, é querer estar ao lado de pessoas que me levam para frente e não que me puxam para baixo. No livro que estou lendo atualmente, "Os 7 Hábitos de pessoas altamente eficazes" o Autor trouxe uma clareza mental indubitável para mim. Em determinado trecho, ele diz: Se você for picado por uma cobra, se afaste dela, procure rapidamente um antidoto. Correr atrás da cobra para revidar só vai lhe atrasar e espalhará o veneno com mais rapidez.

Papai Edão (Eder Guedes Miranda)

Elencar todos estes pontos dentre tantos outros não apontados, é um forma de mostrar que podemos evoluir, como aquele trecho de uma música da Banda Charlie Brown Jr. "Nem ganhar e nem perder, mas tentar evoluir...". Em resumo, aprendi a não ter rótulo interno (de dentro para fora), isso se chama reputação e não devo me preocupar com ela se eu estiver totalmente de acordo com minha DECLARAÇÃO DE MISSÃO PESSOAL. Pessoal a declaração de missão pessoal é como a Constituição de um País. São seu direitos e deveres bem definidos. São seus valores e princípios bem claros e definidos. Esta declaração de missão pessoal deve ser compartilhada, de modo que você não seja julgado como sendo O JUIZ, mas sim o GUIA.

Minha declaração de missão pessoal está exposta desde o primeiro post e estará para a posterioridade. Estará para minha família, amigos, pessoas que visitem o blog para ler meus artigos. Minha declaração de missão pessoal vai estar, já está, acessível ao meu filho, para que ele seja um sucessor de boas condutas e ações, e não seja apenas um herdeiro.

Hoje aprendi que não sei nada. Aprendi que se cair da para começar de novo e de novo. Aprendi que tenho que aprender mais, pois sempre terá algo novo.

SEM RÓTULO, apenas sendo EU.












Comentários

  1. Paulo Brito

    Cara, seu post é foda. Dá pra sentir o peso das palavras e visualizar a experiência de quem realmente vivenciou o que diz.

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    Respostas
    1. Valeu....Obrigado pelo comentário. Mostra que estou no caminho certo.

      Excluir

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