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O Poder do Exemplo

"O caminho não deveria ser um conselho, mas sim um convite, do tipo, vem comigo."

                                                                                                             Allan Dias Castro.



Era 21 de Abril. Logo ali, mês passado deste ano de 2019. Abri os olhos e ainda estava escuro, deveria ser umas 05 e pouco da manhã. Normal para mim, afinal acordo as 05 e pouco da manhã todos os dias, quando não, acordo até antes.

Passei meu café e como faço habitualmente logo entraria no "modo preparação"  para a corrida do dia.

Dois dias antes, cumpri meu objetivo de percorrer a pé, todo o caminho da fé, partindo de Itu / SP rumo a cidade de Bom Jesus de Pirapora / SP. Foram exatos 43.5 quilômetros percorridos. Doeu, foi puxado, cansativo e exaustivo fisicamente, porém valeu cada metro. À medida em que avançávamos em nossa saga, a clareza mental aumentava. Estávamos em 05 pessoas, excelentes companhias, diga-se de passagem, mas em muitos momentos, tão esperados momentos, eu estava sozinho comigo mesmo e isso foi surreal.

Durante 8 horas ininterruptas, tive diálogos fervorosos com o meu eu interior, com Deus, com minhas crenças, com pessoas que já se foram deste plano, enfim foi o encontro do "eu pequeno e fraco" com o "eu grande e próspero."



Também pensei muito em minha família, principalmente no meu filho Enzo. Uma criança espetacular, ele tem apenas 5 anos e quem teve o prazer de conhecê-lo saberá exatamente do que estou falando. E no íntimo dos meus pensamentos, ali no meu silêncio e viagem para dentro de mim, eu via e ouvia um pedido feito a mim por ele. Na verdade eram dois pedidos, um era para eu tomar cuidado e voltar logo e o outro era para levar ele para correr comigo num domingo qualquer.

Este pedido para correr criou corpo dias antes de minha jornada para Pirapora, e agradeço muito a Deus por ter nos guiado para a realização do pedido do meu filho para depois do caminho da fé. Por que digo isso? É simples. Se eu o tivesse levado logo quando pediu ou atendido seu pedido antes da caminhada, eu estaria levando-o apenas por levar, apenas para satisfazer o desejo inconsciente de uma criança. Não é assim que os pais de hoje fazem? Atendem pedidos de forma contrariada, vão lá tiram algumas fotos e postam em suas redes sociais. Pronto fizeram o que tinham que fazer. Pobres robôs em seus pilotos automáticos.

Voltando ao dia 21, ao contrário do que faço normalmente, eu não sai para correr. Estava preparado alongado e tal, mas não sai. Estava tão lindo o céu, a medida em que os minutos iam se passando, o céu mudava de tom. Passando do escuro para aquele lindo azul que adoramos nos deparar num Domingo de manhã.

Lá pelas 8 horas da manhã, o Enzo acordou. Como de costume veio até mim, me deu um abraço e um cheiro, e ao meu lado ficou. Algo me dizia para que permanecesse em silêncio e esperasse ele falar alguma coisa. Qualquer coisa.

Alguns minutos se passaram e então ele falou:

- Papai, hoje podemos correr?

Rapidamente respondi: Mas é claro, só se for agora.

Os olhos dele brilharam, assim como os meus também. E de repente tudo foi se desenrolando e passei a entender cada instante naquele agora em que estávamos.

Quando eu disse só se for agora, começou a sequência de agradáveis surpresas que ele me guardou.

1º - Pai, agora-agora não, preciso colocar a roupa adequada;

2º - Quero fazer aquelas coisas que você faz todos os dias antes de sair (alongamento);

3º - Vou chamar a Mamãe para ir com a gente, daí ela tira foto nossa;

4º - Pai, tem onde comprar água lá, se não, levamos uma garrafinha.

Falou mais algumas coisas, porém estas foram as mais surpreendentes e relevantes...

E assim a coisa foi fluindo, roupa adequada, tênis no pé, mamãe se arrumando. Me Deus, é só uma corridinha logo ali, pra que demorar tanto (sic). Alongamento, garrafinha d'água e, partiu.Chegamos na famosa Av. Galileu Bicudo, avenida esta que é fechada aos Domingos para a prática de esportes em Itu. É muito legal, vale a pena conhecer.

No ponto de partida, aplicativo de corrida ligado, música para motivar o treino, que delícia, minha primeira corrida com meu filho. Pensava que este momento aconteceria numa outra fase mais avançada, mas foi presenteado com nossa primeira corrida com ele ainda criança, uma criança de 5 para 6 anos.

Corremos 1.5 quilômetros. Isso mesmo, corremos. Ele quis fazer aquilo, assim como o Pai dele faz. Assim como ele viu o Pai dele fazendo em tantos eventos de corrida de rua espalhados por ai. Ele se comportou da única maneira que deveria se comportar, como um verdadeiro corredor de rua. O legal foi a aceitação de quem nos via naquele nosso momento. Muitos gritos de incentivo foram proferidos à ele, a nós...

Quer saber, chorei desde o 1º metro. Que orgulho, que presente de Deus, aquele instante era o nosso agora. Minha alma estava pura, minha mente estava sã, eu corpo estava em "modo atleta" pois era minha obrigação agir como faço todos os dias. Ele, meu filho, queria ver minha melhor versão, e viu.

Ali tive a certeza e o entendimento de uma frase que sempre digo desde que a aprendi.

"AS PALAVRAS ENSINAM, MAS O EXEMPLO ARRASTA" como arrasta...

Ao Deuzão, muito obrigado por ter me iluminado e reservado e preparado para aquele momento.

Ao meu filho, Enzo você é de longe a pessoa mais inteligente que conheço. E muito obrigado por permitir nosso amor em forma de amizade. Você é meu melhor amigo!


Ah! Olha eleeeee....

































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