"Você só será julgado pelo que fala e faz se você falhar." Sendo assim tente entender que a vida é dividida entre PALCO e BASTIDORES e você precisa harmonizar os dois, pois, "Ser famoso na internet é o mesmo que ser o mais rico no banco imobiliário."
Era um Domingo qualquer, de um mês qualquer deste mesmo ano. O sol deu as caras logo nas primeiras horas da manhã trazendo seu amarelo incandescente capaz de revelar aos poucos um azul no céu tão lindo quanto o próprio amarelo. Um verdadeiro espetáculo. Para fazer parte daquilo, uma brisa suave dava o frescor que a maioria das pessoas espera de um Domingo de manhã. #nice. #greatday.
Ainda antes das 08:00 horas da manhã, devidamente pronto, sai para correr (para variar né, pois minha esposa quer me matar por acordar aos Domingos, antes dos galos).
Tudo correu e ocorreu conforme esperado. Uma das Avenidas da Cidade sempre é fechada aos Domingos, para a prática de esportes, e assim estava, fechada e cheia de gente. Fiz meu treino que chamo de "meião", pois não é muito curto como um tiro de 5 km, porém também não chega ser o famoso "longão" que vai as vezes até 30 km etc. Fiz os meus 12 km e poucos e estava muito feliz com aquilo. Até porque já abordei essa questão em post anteriores, que, você precisa sair para correr o 1º metro, o restante é consequência do seu hábito.
Ao chegar em casa após minha corridinha, tudo estava praticamente previsto também, ou seja, a previsão era chegar em casa e encontrar minha família semi-acordada, dando aquele bom dia preguiçoso com a voz rouca, me chamando de louco por ter saído cedo cama. Meu cachorro neste meio tempo me rodeando e abanando o rabo quase que como uma hélice de helicóptero prestes à levantar voo. Enfim, assustadoramente tudo dentro do esperado.
Depois de um tempo, já quase normalizando os níveis de adrenalina, endorfina, testosterona e ( N ) outras coisas que uma corrida libera, fui de encontro a um merecido banho e logo logo estaria em um churrasco numa chácara com familiares e amigos.
Era quase meio-dia e saímos de casa rumo ao evento, porém antes, como de costume da maioria dos brasileiros, passamos abastecer, depois na padaria, na sogra, no centro. Por fim no mercado para comprar o kit-churras e "ufa" o destino final, churrasco, cerveja, piscina, gente bonita e boas risadas.
A festa estava a todo vapor e o clima era realmente muito gostoso, casais, crianças brincando por todo canto, amigos jogando baralhos, outros jogando bola, alguns em volta de uma roda de voz e violão.
Com o avançar das horas algumas pessoas já começam à penderem para despedidas e seguirem seus rumos, já outras davam indícios que ficaram até a saideira.
Em determinado momento estava eu conversando com alguns amigos e todos estavam fumando. Entre um gole e outro, várias baforadas. Os intervalos entre um cigarro e outro estavam diminuindo, à medida que a quantidade de cerveja consumida ali aumentava. Nem me lembro sobre o que falávamos, apenas me lembro que ríamos muito.
Posso não me lembrar do assunto, mas lembro com clareza da minha Esposa (com meu filho no colo) me observando de longe um pouco mais à minha esquerda. Lembro-me de meus dois irmãos se divertindo perto do campo de futebol que ficava bem de frente para onde eu estava. Lembro-me também de minha mãe à direita, da varanda da casa grande junto com outras mulheres já "organizando" uma bagunça ou outra deixada por outrem. Destas pessoas e suas colocações eu me lembro bem.
Mesmo estando próximo das pessoas que naquele momento fumavam compulsiva e alucinadamente devido ao consumo de álcool, não me abalei em momento algum e nem lembrava que um dia colocara um cigarro na boca.
Até que veio a sequência de perguntas:
-Por que você não fuma um dos meus cigarros?
R: Não obrigado, estou bem.
-Ei, não é para você voltar à fumar. Só estou dizendo para você fumar agora conosco! Quer um?
R: Realmente não quero, obrigado, estou bem.
-Eder, deixa de ser frouxo. Você já para a tanto tempo que duvido que terá uma recaída. É só um!
R: Será?
(Hesitei pela primeira vez desde que parei).
Continuando, mais pessoas naquela roda aderiram o movimento que se iniciava. Se fosse para nomear essa rebelião eu a chamaria de #fumasómaisesteEdão
As perguntas e incitação só aumentavam assim como minha hesitação.
-Fuma C**** deixa de ser "zé ruela."
-Vai, Cara. Vai arregar?
-Os leitores do seu blog nem ficarão sabendo.
-Sua família vai entender, qualquer coisa manda todos se F***.
---------------------
Aquilo foi tão forte que tomei minha decisão. VOU FUMAR. Eu mando na minha vida e dela eu cuido. É só um mesmo, não tem mal nisso e amanhã, Segunda-Feira, estarei limpo novamente.
O engraçado e estranho ao mesmo tempo é que, a medida que eu fui aproximando o cigarro da boca, o céu azul já não estava tão azul. O sol com seu amarelo incandescente estava ficando meio sem graça e a brisa que soprava leve até aquele momento, mudou-se para um vento relativamente gelado e forte.
Foda-se! Primeira tragada. Boomm! Sensação de tontura e náusea. Segunda tragada, terceira, quarta...
A sensação de embriaguez era surreal. Que dor de cabeça. Mas para mostrar que tinha culhão, parti para o 2º cigarro. Nesta hora o tempo tinha realmente mudado, todos já estavam fora da piscina e buscando se aquecerem. As nuvens roxas e cinzas no céu se moviam com uma rapidez assombrosa. E antes que eu acendesse este 2º cigarro, escutei o 1º grito:
(AÊ) PAPAI EDÃO. Para nós você se mostra o verdadeiro Lao Tse Tung, e na vida real não passa de um fraco. Este grito veio do centro e como num coral de fim de ano, unificou as vozes dos meus dois irmãos num só grito. Parecia equalização de voz do filme "exorcista." Credo! Aquilo me gerou um desconforto tão grande, mas na minha virilidade ignorei-os e continuei o movimento (boca x cigarro). Parecia estar em câmera lenta. Não sei explicar, mas meu braço estava muito pesado para se movimentar e levar o cigarro até minha boca. E nesse tempo tão "slow motion" o 2º grito veio. Tão assustador quando o primeiro.
FILHO, PARA! Vai embora e em casa a gente conversa. Já sabem né? Se fosse em outros tempos as #havaiana iram cantar gostoso em casa.
Trovões e ventos em rajadas. Pegar estrada e fugir dali o quanto antes era a meta agora. E junto com um trovão ensurdecedor, o 3º GRITO e talvez o que mais me marcou!
PARA, PAI!!!, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? Conseguem imaginar meu espanto? Uma criança de 5 anos gritando como se estivesse em um show com microfones espalhados por toda parte? Eu fiquei abismado com aquilo. Imediatamente joguei o cigarro ao chão e pisei-o, esmagando-o. Meu filho já não estava mais no colo de sua mãe. Como num passe de mágica ele chegou até mim juntamente com seu grito. Pegou em minha mão e disse vamos embora. Ele estava cabisbaixo e com um olhar triste e decepcionado. Putz, falhei, pensei imediatamente, me colocando num estado inevitável de depressão. Demos os primeiros passos para sair daquela "roda de amigos", e percebi que todos que ainda estavam ali, estavam parados como estátuas, e alguns outros sumiram como se tivessem sido teletransportados.
A tempestade chegou de vez. Fugir se tornou uma opção e um dilema ao mesmo tempo. Eu só queria fugir mas poderia colocar em risco, Esposa e filho. Sendo assim mesmo a contra-gosto fiquei para encarar aquilo tudo.
Faltava alcançarmos minha Esposa, para nos juntarmos à ela e eu poder proteger os dois daquilo que estava se transformando num furacão. Literalmente. À medida que tentávamos (meu filho e eu) nos aproximarmos da minha Esposa, mais longe ela ficava. Parecia paralisada e assustada naquele mesmo canto à esquerda mas nunca chegávamos e quando conseguimos vejo o mesmo olhar triste, igual ao do meu filho, irmãos e mãe. Um olhar para baixo, vazio e ao mesmo tempo pensativo. Distante e imóvel, porém este olhar triste estava acompanhado de lágrimas. Ela colocou a mão em meu ombro e disse:
Venha, vamos para casa, é mais seguro irmos pois o olho da tempestade está bem aqui.
Os abracei forte e chorando pedi perdão. Eles sorriram, me abraçaram de volta, bem apertado e disseram: Vai ficar tudo bem, você é forte sim.
ACORDEI LOGO EM SEGUIDA,
AS 05:47 DA MANHÃ, DE 25/11/2018.
Ufa, foi apenas um pesadelo horrível, que começou em meio a um sonho e que tenho que me fortalecer mais ainda para que não se torne realidade.
Era um Domingo qualquer, de um mês qualquer deste mesmo ano. O sol deu as caras logo nas primeiras horas da manhã trazendo seu amarelo incandescente capaz de revelar aos poucos um azul no céu tão lindo quanto o próprio amarelo. Um verdadeiro espetáculo. Para fazer parte daquilo, uma brisa suave dava o frescor que a maioria das pessoas espera de um Domingo de manhã. #nice. #greatday.
Ainda antes das 08:00 horas da manhã, devidamente pronto, sai para correr (para variar né, pois minha esposa quer me matar por acordar aos Domingos, antes dos galos).
Tudo correu e ocorreu conforme esperado. Uma das Avenidas da Cidade sempre é fechada aos Domingos, para a prática de esportes, e assim estava, fechada e cheia de gente. Fiz meu treino que chamo de "meião", pois não é muito curto como um tiro de 5 km, porém também não chega ser o famoso "longão" que vai as vezes até 30 km etc. Fiz os meus 12 km e poucos e estava muito feliz com aquilo. Até porque já abordei essa questão em post anteriores, que, você precisa sair para correr o 1º metro, o restante é consequência do seu hábito.
Ao chegar em casa após minha corridinha, tudo estava praticamente previsto também, ou seja, a previsão era chegar em casa e encontrar minha família semi-acordada, dando aquele bom dia preguiçoso com a voz rouca, me chamando de louco por ter saído cedo cama. Meu cachorro neste meio tempo me rodeando e abanando o rabo quase que como uma hélice de helicóptero prestes à levantar voo. Enfim, assustadoramente tudo dentro do esperado.
Depois de um tempo, já quase normalizando os níveis de adrenalina, endorfina, testosterona e ( N ) outras coisas que uma corrida libera, fui de encontro a um merecido banho e logo logo estaria em um churrasco numa chácara com familiares e amigos.
Era quase meio-dia e saímos de casa rumo ao evento, porém antes, como de costume da maioria dos brasileiros, passamos abastecer, depois na padaria, na sogra, no centro. Por fim no mercado para comprar o kit-churras e "ufa" o destino final, churrasco, cerveja, piscina, gente bonita e boas risadas.
A festa estava a todo vapor e o clima era realmente muito gostoso, casais, crianças brincando por todo canto, amigos jogando baralhos, outros jogando bola, alguns em volta de uma roda de voz e violão.
Com o avançar das horas algumas pessoas já começam à penderem para despedidas e seguirem seus rumos, já outras davam indícios que ficaram até a saideira.
Em determinado momento estava eu conversando com alguns amigos e todos estavam fumando. Entre um gole e outro, várias baforadas. Os intervalos entre um cigarro e outro estavam diminuindo, à medida que a quantidade de cerveja consumida ali aumentava. Nem me lembro sobre o que falávamos, apenas me lembro que ríamos muito.
Posso não me lembrar do assunto, mas lembro com clareza da minha Esposa (com meu filho no colo) me observando de longe um pouco mais à minha esquerda. Lembro-me de meus dois irmãos se divertindo perto do campo de futebol que ficava bem de frente para onde eu estava. Lembro-me também de minha mãe à direita, da varanda da casa grande junto com outras mulheres já "organizando" uma bagunça ou outra deixada por outrem. Destas pessoas e suas colocações eu me lembro bem.
Mesmo estando próximo das pessoas que naquele momento fumavam compulsiva e alucinadamente devido ao consumo de álcool, não me abalei em momento algum e nem lembrava que um dia colocara um cigarro na boca.
Até que veio a sequência de perguntas:
-Por que você não fuma um dos meus cigarros?
R: Não obrigado, estou bem.
-Ei, não é para você voltar à fumar. Só estou dizendo para você fumar agora conosco! Quer um?
R: Realmente não quero, obrigado, estou bem.
-Eder, deixa de ser frouxo. Você já para a tanto tempo que duvido que terá uma recaída. É só um!
R: Será?
(Hesitei pela primeira vez desde que parei).
Continuando, mais pessoas naquela roda aderiram o movimento que se iniciava. Se fosse para nomear essa rebelião eu a chamaria de #fumasómaisesteEdão
As perguntas e incitação só aumentavam assim como minha hesitação.
-Fuma C**** deixa de ser "zé ruela."
-Vai, Cara. Vai arregar?
-Os leitores do seu blog nem ficarão sabendo.
-Sua família vai entender, qualquer coisa manda todos se F***.
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Aquilo foi tão forte que tomei minha decisão. VOU FUMAR. Eu mando na minha vida e dela eu cuido. É só um mesmo, não tem mal nisso e amanhã, Segunda-Feira, estarei limpo novamente.
O engraçado e estranho ao mesmo tempo é que, a medida que eu fui aproximando o cigarro da boca, o céu azul já não estava tão azul. O sol com seu amarelo incandescente estava ficando meio sem graça e a brisa que soprava leve até aquele momento, mudou-se para um vento relativamente gelado e forte.
Foda-se! Primeira tragada. Boomm! Sensação de tontura e náusea. Segunda tragada, terceira, quarta...
A sensação de embriaguez era surreal. Que dor de cabeça. Mas para mostrar que tinha culhão, parti para o 2º cigarro. Nesta hora o tempo tinha realmente mudado, todos já estavam fora da piscina e buscando se aquecerem. As nuvens roxas e cinzas no céu se moviam com uma rapidez assombrosa. E antes que eu acendesse este 2º cigarro, escutei o 1º grito:
(AÊ) PAPAI EDÃO. Para nós você se mostra o verdadeiro Lao Tse Tung, e na vida real não passa de um fraco. Este grito veio do centro e como num coral de fim de ano, unificou as vozes dos meus dois irmãos num só grito. Parecia equalização de voz do filme "exorcista." Credo! Aquilo me gerou um desconforto tão grande, mas na minha virilidade ignorei-os e continuei o movimento (boca x cigarro). Parecia estar em câmera lenta. Não sei explicar, mas meu braço estava muito pesado para se movimentar e levar o cigarro até minha boca. E nesse tempo tão "slow motion" o 2º grito veio. Tão assustador quando o primeiro.
FILHO, PARA! Vai embora e em casa a gente conversa. Já sabem né? Se fosse em outros tempos as #havaiana iram cantar gostoso em casa.
Trovões e ventos em rajadas. Pegar estrada e fugir dali o quanto antes era a meta agora. E junto com um trovão ensurdecedor, o 3º GRITO e talvez o que mais me marcou!
PARA, PAI!!!, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? Conseguem imaginar meu espanto? Uma criança de 5 anos gritando como se estivesse em um show com microfones espalhados por toda parte? Eu fiquei abismado com aquilo. Imediatamente joguei o cigarro ao chão e pisei-o, esmagando-o. Meu filho já não estava mais no colo de sua mãe. Como num passe de mágica ele chegou até mim juntamente com seu grito. Pegou em minha mão e disse vamos embora. Ele estava cabisbaixo e com um olhar triste e decepcionado. Putz, falhei, pensei imediatamente, me colocando num estado inevitável de depressão. Demos os primeiros passos para sair daquela "roda de amigos", e percebi que todos que ainda estavam ali, estavam parados como estátuas, e alguns outros sumiram como se tivessem sido teletransportados.
A tempestade chegou de vez. Fugir se tornou uma opção e um dilema ao mesmo tempo. Eu só queria fugir mas poderia colocar em risco, Esposa e filho. Sendo assim mesmo a contra-gosto fiquei para encarar aquilo tudo.
Faltava alcançarmos minha Esposa, para nos juntarmos à ela e eu poder proteger os dois daquilo que estava se transformando num furacão. Literalmente. À medida que tentávamos (meu filho e eu) nos aproximarmos da minha Esposa, mais longe ela ficava. Parecia paralisada e assustada naquele mesmo canto à esquerda mas nunca chegávamos e quando conseguimos vejo o mesmo olhar triste, igual ao do meu filho, irmãos e mãe. Um olhar para baixo, vazio e ao mesmo tempo pensativo. Distante e imóvel, porém este olhar triste estava acompanhado de lágrimas. Ela colocou a mão em meu ombro e disse:
Venha, vamos para casa, é mais seguro irmos pois o olho da tempestade está bem aqui.
Os abracei forte e chorando pedi perdão. Eles sorriram, me abraçaram de volta, bem apertado e disseram: Vai ficar tudo bem, você é forte sim.
ACORDEI LOGO EM SEGUIDA,
AS 05:47 DA MANHÃ, DE 25/11/2018.
Ufa, foi apenas um pesadelo horrível, que começou em meio a um sonho e que tenho que me fortalecer mais ainda para que não se torne realidade.
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