"A tua piscina está cheia de ratos. Tuas idéias não correspondem aos fatos, o tempo não para (...) Dias sim, dias não, eu vou sobrevivendo sem um arranhão. Da caridade de quem me detesta..."
Cazuza.
É como se o Cazuza tivesse escrito essa música nos dias de hoje. E ele estava certo em cada verso. O tempo realmente não pára, mas as pessoas sim, param no tempo. As vezes regridem, retrocedem, estagnam, ou simplesmente param. Enchem sua piscina de ratos e lixo. Esta piscina também é conhecida como consciência, conduta, valores. A sua, a minha, a nossa piscina está sim cheia de ratos e muitas vezes as nossas idéias não correspondem aos fatos, não é mesmo?
Quantas vezes pensamos em algo bom, algo realmente muito bom, mas procrastinamos e logo deixamos aquilo de lado até cair no esquecimento? Geralmente fazemos isto com coisas boas, pois as ruins as vezes têm mais importância para determinado momento, a boa se vê depois, talvez depois de uma noite insana, acompanhada de uma ressaca surreal. Daí o bom fará sentido, pois terá um caráter motivacional. Até que quando não sei. Talvez até uma nova insanidade.
Me lembro que antigamente, e olha que não tão antigamente, coisa de 20 ou 25 anos atrás, as pessoas se horrorizavam com imagens e cenas ruins, fossem como fossem, uma situação adversa causava indignação, repulsa, medo e vários outros sentimentos de aversão para com aquele acontecimento. Lembro de uma vez, acho que em 1992 ou 1993, eu tinha de 10 para 11 anos e no caminho para a escola um amigo gritou: "MATARAM O CARA PRETA." Que horror foi aquilo, pois primeiramente veio o "baque" pois o Cara Preta já era um sr. de meia idade, que sempre dava atenção para a molecada. Ele também era amigo de nossos Pais, pois estavam sempre juntos jogando bilhar ou truco na venda. Depois do baque veio o espanto. Poxa uma morte! Tem um corpo ali na rua de cima, cara! Consegue ter noção da gravidade daquilo? Junto com o espanto veio o medo, até parece um medo tolo mas ele veio e forte. Os pensamentos eram: Caraca eu sou o próximo, ou, não vou sair na rua a noite pois tem um assassino a solta. Ou também, não vou conseguir dormir por 1 ano.
Brigas de adultos então, eram horríveis. Não tinha esse masoquismo todo, essa admiração e imbecilidade com a desinteligência alheia. Quando 2 adultos se estapeavam o motivo era muito mais sério que os motivos de hoje e acabava ali (em muitas vezes é claro). Quem bateu ficava com a razão, quem apanhou ficava com a chacota e vida que seguia. Aproveitando este gancho, falando por mim: Eu teria muito mais coragem de discutir com uma pessoa de idade semelhante ou próxima da minha, do que com um "moleque" de 14 anos. Sabem por que? R: Porque matar e postar hoje é moda. Fazer videozinho de injustiçamento, de tortura, de traição, tudo isso traz status. Não sei para que servirá este status, mas ele chega para deixar temido os destemidos.
Antigamente, brigas, discussões, agressões à animais, eram cessadas muitas vezes da janela de casa, da porta, ou simplesmente in loco. As pessoas não tinham medo de fiscalizar. Os vizinhos eram os "reis / rainhas" do pedaço. Quantas vezes ouvíamos: MENINOS PAREM DE BRIGAR AGORA, SENÃO VOU CONTAR PARA SEUS PAIS. Olha, ouvíamos e respeitávamos imediatamente (ou quase que de imediato, né?). Mas hoje as pessoas têm medo e não estão erradas "em partes", pois os tempos são outros, o tempo não parou, e o pior, as armas de contra-ataque são as mesmas do passado porém hoje com maior quantidade e banalizadas. Não há para onde correr em casos de extrema violência, pois se você chama a atenção de um agressor e consegue, ele virá até você te cobrar por tê-lo reprimido. Se você tiver sorte ele apenas fará um vídeo mostrando a discussão, por outro lado, se você não estiver num bom dia, o agressor te matará e filmará todo o ritual.
Antigamente tinha-se mais respeito por tudo e por todos. À começar pelas pessoas, a hierarquia não vinha por pré-definições, sorte e ou pela quantidade de dinheiro que determinada pessoa tinha guardado na poupança. A hierarquia se dava por respeito. "Mais velhos primeiro", "Respeite os mais velhos." Lembram-se disso? E de pessoas a coisa se estendia e todos entendiam. Os animais também eram mais respeitados. É claro que, como por exemplo, aquele cão da rua de baixo sempre avançava nas crianças ao saírem da escola, mas e daí, o dono quando perto o prendia e a situação se resolvia. No máximo todo mundo gritava: NÃO CORRE QUE É PIOR!
Tínhamos mais respeito pela coisas do outro. Roubos sempre existiram, mas não chegavam nem perto da quantidade e da exposição dos roubos de hoje. Hoje o negócio é postar as ações, e olha que ganham de muito filme exibido por ai...
Não consigo fugir da sessão nostalgia aqui, porque era uma época muito melhor que a de hoje. Podíamos sentar na praça e ficar até altas horas conversando. Podíamos andar livremente pelo bairro pois todos se conheciam. Podíamos namorar em construções e ou atrás da escola a noite (coisa que hoje em dia é pedir para ser assassinado). Pena que essa época passou. Nossa querida época passou.
Hoje somos zumbis, reféns de nossos smartphones. Somos criadores e prisioneiros das redes sociais. Ou seria redes ante-sociais? Hoje tudo tem uma cara perfeita, com seus filtros e ajustes tecnológicos incríveis. Ninguém mais é feio (eu sei, eu sei, sic), mas tudo hoje tem filtro, uma máscara. Tiram fotos de tudo e de todos. Fazem lives em shows e ou até no motel mesmo. A moda é compartilhar. Tiram foto de pratos perfeitos em restaurantes, mas será que até ajustarem o filtro ideal a refeição já não tenha esfriado, e o prato tão lindo já não tenha tanto sabor? A geração que deu tanta enfase à conectividade está se "suicidando" virando refém dela mesma. Depois da "merda" feita voltam com novos vídeos e ou posts enormes se retratando, a final se retratar também está na moda.
Hoje, as pessoas não se respeitam, os valores estão se invertendo e respeito hoje tem que ser pedido, quase que como um grito de socorro, ao invés de ser ensinado. Melhor do que explicar o respeito em palavras é o exemplo.
O respeito exemplificado mata o desrespeito anunciado e apresentado em determinada situação. Querem um exemplo?
No dia que em que o cachorro foi assassinado em SP, quantas pessoas devem ter presenciado a ação do agressor ou parte dela? Estas pessoas simplesmente passaram ou foram expectadores, verdadeiros passageiros da agonia? Cúmplices? R: Não, creio que não, pois é um termo muito pesado para quem pode ter ficado sem ação / reação diante de um imbecil sem precedentes ou escrúpulos.
Se pudéssemos voltar no tempo, ou trocar os tempos, este ser agressor teria sido reprimido. Garanto que sim! Alguém gritaria: MOÇO NÃO FAZ ISSO! ou PARE SE NÃO VOU CHAMAR A POLÍCIA! Que pena que não podemos fazer isso. Hoje seria mais complicado, pois ele tinha uma barra de ferro nas mãos, talvez uma arma na cintura, não sei. A única certeza é que ele tinha um ódio depositado nas mãos. Talvez este ser estivesse passando por algum problema (injustificável) mas nos dias de hoje, uma derrota de um time de futebol gera tanto ibope que vai saber quais foram as motivações deste "homem".
O que penso sobre tudo isso é que, muitos dos que passaram pelo local no dia do acontecimento, talvez se atentaram apenas depois do ato em questão. Talvez por estarem ocupados e concentrados em suas compras, ou em seus smartphones. Outros não ouviram os "gemidos" do pobre animal pois estavam ocupados ouvindo áudios ou assistindo vídeos num grupo de amigos. Outros também até viram a situação, se horrorizaram mas ficaram sem ação diante do agressor. Acredito que alguns poucos pensaram nas autoridades porém esqueceram a função LIGAÇÃO do celular e por isso nada fizeram. Ou melhor fizeram, tiraram fotos, gravaram vídeos e compartilharam sua indignação, porém o cachorro ainda respirava.
Enfim, nossa piscina está cheia de ratos e a quantidade só aumenta. Logo dirá-se que têm muitos ratos para pouca piscina.
O passado, mesmo que recente é algo para servir de lição e que aprendamos com ele o que se deve ou não fazer a partir de já, de agora. NOW!!!
Respeito deve ser um exemplo!
Ao cachorro desejo muito que esteja em paz. Descanse amiguinho pois em breve você estará novamente, a pedido do Papai do céu, sendo anjo da guarda de alguém. Nos perdoe por nossa ignorância, tá?
Cazuza.
É como se o Cazuza tivesse escrito essa música nos dias de hoje. E ele estava certo em cada verso. O tempo realmente não pára, mas as pessoas sim, param no tempo. As vezes regridem, retrocedem, estagnam, ou simplesmente param. Enchem sua piscina de ratos e lixo. Esta piscina também é conhecida como consciência, conduta, valores. A sua, a minha, a nossa piscina está sim cheia de ratos e muitas vezes as nossas idéias não correspondem aos fatos, não é mesmo?
Quantas vezes pensamos em algo bom, algo realmente muito bom, mas procrastinamos e logo deixamos aquilo de lado até cair no esquecimento? Geralmente fazemos isto com coisas boas, pois as ruins as vezes têm mais importância para determinado momento, a boa se vê depois, talvez depois de uma noite insana, acompanhada de uma ressaca surreal. Daí o bom fará sentido, pois terá um caráter motivacional. Até que quando não sei. Talvez até uma nova insanidade.
Me lembro que antigamente, e olha que não tão antigamente, coisa de 20 ou 25 anos atrás, as pessoas se horrorizavam com imagens e cenas ruins, fossem como fossem, uma situação adversa causava indignação, repulsa, medo e vários outros sentimentos de aversão para com aquele acontecimento. Lembro de uma vez, acho que em 1992 ou 1993, eu tinha de 10 para 11 anos e no caminho para a escola um amigo gritou: "MATARAM O CARA PRETA." Que horror foi aquilo, pois primeiramente veio o "baque" pois o Cara Preta já era um sr. de meia idade, que sempre dava atenção para a molecada. Ele também era amigo de nossos Pais, pois estavam sempre juntos jogando bilhar ou truco na venda. Depois do baque veio o espanto. Poxa uma morte! Tem um corpo ali na rua de cima, cara! Consegue ter noção da gravidade daquilo? Junto com o espanto veio o medo, até parece um medo tolo mas ele veio e forte. Os pensamentos eram: Caraca eu sou o próximo, ou, não vou sair na rua a noite pois tem um assassino a solta. Ou também, não vou conseguir dormir por 1 ano.
Brigas de adultos então, eram horríveis. Não tinha esse masoquismo todo, essa admiração e imbecilidade com a desinteligência alheia. Quando 2 adultos se estapeavam o motivo era muito mais sério que os motivos de hoje e acabava ali (em muitas vezes é claro). Quem bateu ficava com a razão, quem apanhou ficava com a chacota e vida que seguia. Aproveitando este gancho, falando por mim: Eu teria muito mais coragem de discutir com uma pessoa de idade semelhante ou próxima da minha, do que com um "moleque" de 14 anos. Sabem por que? R: Porque matar e postar hoje é moda. Fazer videozinho de injustiçamento, de tortura, de traição, tudo isso traz status. Não sei para que servirá este status, mas ele chega para deixar temido os destemidos.
Antigamente, brigas, discussões, agressões à animais, eram cessadas muitas vezes da janela de casa, da porta, ou simplesmente in loco. As pessoas não tinham medo de fiscalizar. Os vizinhos eram os "reis / rainhas" do pedaço. Quantas vezes ouvíamos: MENINOS PAREM DE BRIGAR AGORA, SENÃO VOU CONTAR PARA SEUS PAIS. Olha, ouvíamos e respeitávamos imediatamente (ou quase que de imediato, né?). Mas hoje as pessoas têm medo e não estão erradas "em partes", pois os tempos são outros, o tempo não parou, e o pior, as armas de contra-ataque são as mesmas do passado porém hoje com maior quantidade e banalizadas. Não há para onde correr em casos de extrema violência, pois se você chama a atenção de um agressor e consegue, ele virá até você te cobrar por tê-lo reprimido. Se você tiver sorte ele apenas fará um vídeo mostrando a discussão, por outro lado, se você não estiver num bom dia, o agressor te matará e filmará todo o ritual.
Antigamente tinha-se mais respeito por tudo e por todos. À começar pelas pessoas, a hierarquia não vinha por pré-definições, sorte e ou pela quantidade de dinheiro que determinada pessoa tinha guardado na poupança. A hierarquia se dava por respeito. "Mais velhos primeiro", "Respeite os mais velhos." Lembram-se disso? E de pessoas a coisa se estendia e todos entendiam. Os animais também eram mais respeitados. É claro que, como por exemplo, aquele cão da rua de baixo sempre avançava nas crianças ao saírem da escola, mas e daí, o dono quando perto o prendia e a situação se resolvia. No máximo todo mundo gritava: NÃO CORRE QUE É PIOR!
Tínhamos mais respeito pela coisas do outro. Roubos sempre existiram, mas não chegavam nem perto da quantidade e da exposição dos roubos de hoje. Hoje o negócio é postar as ações, e olha que ganham de muito filme exibido por ai...
Não consigo fugir da sessão nostalgia aqui, porque era uma época muito melhor que a de hoje. Podíamos sentar na praça e ficar até altas horas conversando. Podíamos andar livremente pelo bairro pois todos se conheciam. Podíamos namorar em construções e ou atrás da escola a noite (coisa que hoje em dia é pedir para ser assassinado). Pena que essa época passou. Nossa querida época passou.
Hoje somos zumbis, reféns de nossos smartphones. Somos criadores e prisioneiros das redes sociais. Ou seria redes ante-sociais? Hoje tudo tem uma cara perfeita, com seus filtros e ajustes tecnológicos incríveis. Ninguém mais é feio (eu sei, eu sei, sic), mas tudo hoje tem filtro, uma máscara. Tiram fotos de tudo e de todos. Fazem lives em shows e ou até no motel mesmo. A moda é compartilhar. Tiram foto de pratos perfeitos em restaurantes, mas será que até ajustarem o filtro ideal a refeição já não tenha esfriado, e o prato tão lindo já não tenha tanto sabor? A geração que deu tanta enfase à conectividade está se "suicidando" virando refém dela mesma. Depois da "merda" feita voltam com novos vídeos e ou posts enormes se retratando, a final se retratar também está na moda.
Hoje, as pessoas não se respeitam, os valores estão se invertendo e respeito hoje tem que ser pedido, quase que como um grito de socorro, ao invés de ser ensinado. Melhor do que explicar o respeito em palavras é o exemplo.
O respeito exemplificado mata o desrespeito anunciado e apresentado em determinada situação. Querem um exemplo?
No dia que em que o cachorro foi assassinado em SP, quantas pessoas devem ter presenciado a ação do agressor ou parte dela? Estas pessoas simplesmente passaram ou foram expectadores, verdadeiros passageiros da agonia? Cúmplices? R: Não, creio que não, pois é um termo muito pesado para quem pode ter ficado sem ação / reação diante de um imbecil sem precedentes ou escrúpulos.
Se pudéssemos voltar no tempo, ou trocar os tempos, este ser agressor teria sido reprimido. Garanto que sim! Alguém gritaria: MOÇO NÃO FAZ ISSO! ou PARE SE NÃO VOU CHAMAR A POLÍCIA! Que pena que não podemos fazer isso. Hoje seria mais complicado, pois ele tinha uma barra de ferro nas mãos, talvez uma arma na cintura, não sei. A única certeza é que ele tinha um ódio depositado nas mãos. Talvez este ser estivesse passando por algum problema (injustificável) mas nos dias de hoje, uma derrota de um time de futebol gera tanto ibope que vai saber quais foram as motivações deste "homem".
O que penso sobre tudo isso é que, muitos dos que passaram pelo local no dia do acontecimento, talvez se atentaram apenas depois do ato em questão. Talvez por estarem ocupados e concentrados em suas compras, ou em seus smartphones. Outros não ouviram os "gemidos" do pobre animal pois estavam ocupados ouvindo áudios ou assistindo vídeos num grupo de amigos. Outros também até viram a situação, se horrorizaram mas ficaram sem ação diante do agressor. Acredito que alguns poucos pensaram nas autoridades porém esqueceram a função LIGAÇÃO do celular e por isso nada fizeram. Ou melhor fizeram, tiraram fotos, gravaram vídeos e compartilharam sua indignação, porém o cachorro ainda respirava.
Enfim, nossa piscina está cheia de ratos e a quantidade só aumenta. Logo dirá-se que têm muitos ratos para pouca piscina.
O passado, mesmo que recente é algo para servir de lição e que aprendamos com ele o que se deve ou não fazer a partir de já, de agora. NOW!!!
Respeito deve ser um exemplo!
Ao cachorro desejo muito que esteja em paz. Descanse amiguinho pois em breve você estará novamente, a pedido do Papai do céu, sendo anjo da guarda de alguém. Nos perdoe por nossa ignorância, tá?
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