Enfim o filme de terror, chamado 31/12/2016 chegou
ao fim. “Ufa” pensei que ficaria preso nele para sempre.
Até que os 30
minutos finais não foram tão ruins. Internamente eu estava um turbilhão de
pensamentos, idéias, descrença em mim, ao mesmo tempo que acreditava que tudo
poderia ser diferente dali pra frente. Afinal eu já sabia o tamanho do rombo
que o V.I.T (Vício numa imbecilidade sem tamanho) para quem está chegando agora
estou me referindo ao vício em cigarros, tinha me causado.
Voltando aos 30
minutos restantes, meu filho brincava com seus carrinhos e afins, minha Esposa
e eu conversávamos “N” assuntos, etc. Até que os fogos começaram, a vizinhança
se expôs, cachorros começaram à latir, bêbados começaram a circular / passar
pela rua gritando frases clichês (Feliz ano novo… Felicidade… Adeus 2016,
dentre outras).
Nós três nos
abraçamos, fizemos juras de amor, votos de felicidades etc, etc etc. Chegava ao
fim a saga 31/12/2016. Bora dormir.
Kruuuu…kruuuuu….ku.
Não dá para replicar, mas este era para ser o som do galo cantando as cinco e
pouco da manhã). Uhul!!! Que felicidade, dia 01 de Janeiro de 2017. Véspera de
nossa viagem à praia. Até o ar estava mais leve.
Como faço
praticamente todos os dias, uma bela e generosa xícara de café. Não consigo
entender o por que de algumas pessoas não gostarem de café (sic). Uma passada
pelas redes sociais, site de notícias e outros e então o lazer: C.O.R.R.E.R,
sai para minha corrida sem destino aquele dia. Só tinha certeza de que eu iria
e fui. Foram longos e deliciosos quilômetros, (quem corre sabe). E o
sentimento naquele momento só meu era de esperança, mudança e de coragem: Eu me
dizia: Eder, você já sabe o que te furta. Já sabe que o cigarro está te matando
de várias maneiras. É hora de parar e você vai parar, ok?
E assim segui
pensando ao longo da corrida e do dia todo também. Eu precisava parar de fumar.
Até você fixar na sua mente, que, realmente você tomará essa atitude, fará isso
acontecer até que você leva numa boa, porém, quando chega a hora do “agora é
pra valer”, o calvário começa. Nossa mente é infinitamente forte, seja para o
lado bom ou para o lado ruim também. A mente é moldada desde quando estamos no
ventre de nossa mãe. Tal afirmação não é minha (nos capítulos posteriores
chegarei aos meus Gurus e todos entenderão esta afirmação). Voltando à mente,
ela começa a ser moldada desde o início da gestão. O que ouvimos de nossos
pais, o sentimento que eles transmitem para nós, vai nos moldando mentalmente
e, sendo bom ou ruim, muita coisa, muitos arquivos vão para o nosso
subconsciente. Estou com uma vontade imensa de continuar escrevendo sobre a
mente, mas deixarei mesmo para os próximos capítulos.
Pois bem, a alegria
tomava conta da família, que dia 01/01/2017. Estava ótimo mesmo, não tínhamos
fartura, ceia e ou churrasco com familiares aquele dia, mas tínhamos a certeza
que no outro dia estaríamos na estrada rumo á praia. Eu estava ainda sob o
efeito da corrida (aliviado, motivado, cheio de adrenalina e endorfina),
comecem a correr e saberão exatamente o que são estes sentimentos. E essas sensações me permitiam “bradar’ que não mais fumaria. Que aquele ano seria totalmente
diferente e que nunca mais eu passaria e faria minha família passar tudo aquilo
de novo. Relembrando que, tive que escolher: Passar o final de ano como de
costume, participando de eventos familiares, comprando roupas e etc, ou passar
uns dias no litoral.
Tal motivação foi
diminuindo (até que lentamente), e algumas horas depois daquela força toda,
naquele mesmo dia a tarde, minha mente começou a auto-sabotagem. No meu
entendimento hoje (2018), auto-sabotagem é uma pessoa que “Se fode” por querer.
Uma pessoa que nunca sairá da lama ou de onde esteja porque é fraca. E isso faz
muito sentido, pelo menos para mim. Porque naquele dia a tarde minha mente
falou: Olha, fume 01 cigarro agora. Pouco tempo depois ela entrou em ação de
novo, e de novo e de novo. E no final do dia, nos preparando para o outro, ela
entrou em ação contínua. Ela me disse: Eder, você vai tentar parar de fumar que
eu sei. Mas não agora, porque você vai se estressar e acabar com sua viagem.
Sendo assim vá lá, divirta-se, fume durante os 05 dias em que permanecerá na
praia e na volta você vê o que vai fazer, ok? O que eu fiz? Aceitei o conselho
e fui.
Foram dias
maravilhosos em Ubatuba. 5 dias de sol, gente bonita, as crianças brincando
livremente. Corri 5 km de frente para o mar ao amanhecer “que coisa linda”
diga-se de passagem. Fiz tudo o que eu podia e queria, seja churrasco, ficar na
sacada do AP conversando, bebendo cervejas. Estava um verdadeiro “decreto…”
Mas no penúltimo
dia lá estava eu novamente fazendo contas. Onde tinha ido parar o dinheiro que
reservei para os cinco dias? Em relação à ida, volta e locação estava tudo
certo antecipadamente e separado. O que reservei para gastarmos não era uma
fortuna mas também não era um valor tão baixo. Então na véspera do retorno, à
noite, sozinho, comecei à calcular mesmo! Revirei recibos, extratos da minha
conta, o que eu havia pago em espécie. Revisei minha memória também, não
lembrei de tudo mas de uma boa parte sim. E ao que cheguei? Eu havia gasto
R$300,00 reais em cigarros. E eu já havia começado a gastar, ou melhor, queimar
este valor no dia 31/12/2016, pois havia comprado cigarros para passar a virada
e o dia primeiro.
Só de lembrar do quão eu estava para
baixo no dia do retorno da viagem eu me sinto mal hoje. Sério! Pois novamente eu
tinha me furtado, e furtado da minha família também. O que R$ 300,00 reais
poderiam nos proporcionar eu não sei, mas sei que se não tivesse queimado esse
montante, nós não teríamos voltado comendo biscoito de polvilho e dividindo uma
garrafa de refrigerante e uma de água.
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